Como tudo começou...
A UNEI iniciou os seus trabalhos com a realização da Missa Afro Brasileira em 1993. Realizada todo dia 20 de Novembro na Igreja de São Benedito em Itu, a celebreção faz parte das comemorações do Dia da Consciência Negra.
A Missa Afro era um projeto criado pela Pastoral do Negro através do CELMU (Centro Ecumênico de Formação). A Liturgia é baseada em textos e melodias criados pelo Pe. Reginaldo Veloso. As religiões de matriz africana têm como caracteristica a abertura para outras culturas, sempre aberta à incorporação e valorização das diferenças. Desta forma, a Missa Afro articula elementos da cultura afro-brasileira com o objetivo de valorizar o sincretismo religioso e a diversidade. Orientada pela liturgia católica, a cerimônia é ornamentada variações melódicas como o samba, afoxé, baião e toada, acompanhadas por instruments simbólicos como atabaques, berimbaus, pandeiros e agogôs. Suas letras, assim como os cultos afro-brasileiros, trazem a língua bantu, iorubá, nagô e tupi-guarani. A cenografia do culto é constituída pela natureza das plantas, flores e alimentos que simbolizam orixás e entidades afro-brasileiras. A performance envolve muitas danças e celebração corporal, com pés descalços e vstimentas afro-brasileiras.
A Missa já foi realizada em outras cidades como Salto, Itapetininga, Jundiaí, Campo Limpo Paulista e Louveira.
Em 2018 Selma Regina Dias, quadro histórico da União Negra Ituana, desenvolveu seu Trabalho de Conclusão de Curso sobre o protocolo ritualístico da Missa Afro de Itu como pré-requisito para conclusão do Curso Superior Tecnologia em Eventos da Faculdade de Tecnologia de Itu.
A Irmandade e Igreja de São Benedito em Itu
A Irmandade de São Benedito foi criada em 1693 e sua sede era a Igreja de São Luiz, Bispo de Tolosa, no Largo de São Francisco.
Formalizada em 1710, todo ano, no mês de janeiro, a Irmandade promovia a tradicional Festa de São Benedito, reunindo centenas fiéis. Após a procissão era realizado o batuque de terreiro, em frente à Igreja.
Em 1795, o pátio em frente à Igreja recebeu o Cruzeiro de São Francisco produzido pelo mestre de cantaria Joaquim Pinto de Oliveira, o mestre Tebas.
A Igreja dos jesuítas foi destruída por um incêndio em 1907. Logo depois, Miguel Véspoli, fervoroso devoto de São Benedito, doou um terreno para a construção da Igreja de São Benedito na rua Santa Cuz.
A igreja de São Benedito de Itu recebeu, em 1973, fragmentos ósseos de seu padroeiro acompanhado de documento comprobatório. Hoje os fragmentos continuam protegidos em relicário.
Outra jóia também esta nos arquivos da Igreja, o livro de registro dos irmãos libertos, de 1835, escrito por Miguel Arcanjo Benicio Dutra com o nome dos irmãos forros e caitvos de 1785 a 1835.
Ainda permanece a tradição da fixação do mastro de São Benedito nas primeiras semanas de Janeiro, muitas vezes contando com a participação do Grupo Cia Folia de Reis Estrela do Oriente de Itu.
Desde 1992 a Igreja de São Benedito recebe a Missa Afro, organizada pela União Negra Ituana.
A mudança para a Praça Dom Pedro I (Praça do Cruzeiro)
Conheça mais sobre a Missa Afro em Itu através do TCC de Selma Regina dos Santos clicando aqui.
Conheça a história da Igreja de São Benedito de Itu através da dissertação de Rafael José Barbi clicando aqui.
Conheça a trajetória e a luta do Pe. Reginaldo Veloso através do documentário em homenagem aos seus 80 anos clicando aqui.